Como escolher o oncologista? Saiba o que levar em consideração

Você deve procurar um oncologista sempre que houver suspeita ou diagnóstico confirmado de câncer. Algumas situações específicas ligam o alerta!

1. Especialização e experiência
  • Verifique se o oncologista tem registro de especialidade (RQE) no CRM e em qual instituição ele fez residência ou especialização em Oncologia.
  • Verifique se o oncologista tem experiência no tipo específico de câncer que precisa tratar. Alguns médicos especializam-se em tumores sólidos, hematológicos, pediátricos, entre outros.

  • Informe-se sobre o tempo de experiência e se tem publicações ou participação em pesquisas na área.

2. Reputação e recomendações
  • Peça recomendações a médicos de confiança ou a amigos e familiares.

  • Pesquise avaliações online e feedback de pacientes.

3. Hospital ou clínica onde trabalha
  • Verifique se o hospital tem uma boa infraestrutura para tratamentos oncológicos, incluindo acesso a tecnologia avançada, ensaios clínicos e suporte multidisciplinar (psicólogos, nutricionistas, fisioterapeutas).

4. Atenção e comunicação
  • Um bom oncologista deve ser empático, explicar claramente o diagnóstico e as opções de tratamento, e estar disponível para esclarecer dúvidas.

5. Planos de saúde e custos
  • Certifique-se de que aceita o seu seguro de saúde ou verifique os custos das consultas e tratamentos particulares.

6. Opções de tratamento disponíveis
  • Veja se o oncologista tem acesso a tratamentos inovadores, como imunoterapia e terapias-alvo.

Se tiver dúvidas ou precisar de orientação, estou à disposição para ajudá-lo(a) nesta fase. O mais importante é que se sinta confiante com a sua escolha e que tenha um acompanhamento que ofereça as melhores opções para si.

Atendo no Hospital São Domingos, em São Luís, MA.

Unidade Bequimão

Estudo avalia segurança e eficácia do zenocutuzumabe em pacientes com câncer NRG1 fusion–positivo

Dados mostram potencial terapêutico do zenocutuzumab, com benefício clínico em diferentes fusões NRG1

O câncer com fusão do gene NRG1 representa um subgrupo raro e desafiador de tumores sólidos que dependem da via HER3 para proliferação celular. O zenocutuzumabe, um anticorpo biespecífico anti-HER2/HER3, foi desenvolvido para bloquear essa via e demonstrou atividade clínica promissora. O estudo avaliou a eficácia e segurança dessa terapia experimental em uma coorte de pacientes com tumores NRG1 fusion–positivos, abrangendo múltiplos tipos tumorais. Os dados apresentados oferecem uma visão detalhada sobre os benefícios clínicos e o perfil de segurança da terapia.

O estudo MCLA-128 (NCT02912949) incluiu 204 pacientes com tumores sólidos positivos para fusão NRG1, tratados com zenocutuzumabe entre setembro de 2019 e janeiro de 2024. A identificação das fusões foi feita majoritariamente por sequenciamento de RNA de nova geração. A análise de eficácia foi conduzida em 161 pacientes, excluindo aqueles que receberam a primeira dose da medicação menos de 24 semanas antes do corte de dados ou que apresentavam outros drivers oncogênicos. Os desfechos avaliados incluíram taxa de resposta objetiva (ORR), duração da resposta (DOR) e sobrevida livre de progressão (PFS), além da segurança do tratamento.

Entre os 158 pacientes com doença mensurável, a ORR foi de 30%, incluindo uma resposta completa. A duração mediana da resposta foi de 11,1 meses, com 19% das respostas ainda em curso no momento do corte de dados. Em pacientes com câncer de pulmão de células não pequenas (NSCLC), a ORR foi de 29%, com duração mediana de resposta de 12,7 meses. Já entre os pacientes com câncer pancreático, a taxa de resposta foi de 42%, com duração mediana de 7,4 meses. Outros tipos tumorais, como colangiocarcinoma, câncer de mama e câncer gástrico, também apresentaram respostas ao tratamento.

A análise de sobrevida mostrou uma mediana de PFS de 6,8 meses para a população geral e 9,2 meses para pacientes com câncer pancreático. Além disso, 77% dos pacientes com câncer pancreático apresentaram redução de pelo menos 50% nos níveis de antígeno carboidrato 19-9, um marcador tumoral associado à doença. A eficácia foi consistente entre diferentes parceiros de fusão NRG1 e em pacientes previamente tratados com múltiplas linhas de terapia. A avaliação por revisão central independente confirmou os resultados observados pelos investigadores, reforçando a robustez dos achados.

O perfil de segurança do zenocutuzumabe foi favorável, com eventos adversos de grau 3 ou 4 ocorrendo em uma pequena parcela dos pacientes. Os eventos mais comuns foram anemia (5%), elevação de gama-glutamiltransferase (4%) e pneumonia (3%). Reações relacionadas à infusão foram registradas em 14% dos pacientes, todas de grau 1 ou 2 e clinicamente manejáveis. Eventos adversos levaram à interrupção do tratamento em apenas um paciente devido à pneumonite de grau 2. Nenhum óbito foi atribuído ao tratamento.

Os resultados reforçam o potencial terapêutico do zenocutuzumabe em tumores NRG1 fusion–positivos, especialmente em NSCLC e câncer pancreático. A alta taxa de resposta e a durabilidade do efeito sugerem que a terapia pode se tornar uma opção relevante para pacientes com essas neoplasias raras e agressivas. Estudos adicionais, incluindo ensaios clínicos randomizados, são necessários para consolidar seu papel no cenário terapêutico e ampliar o acesso a essa abordagem inovadora.

Referências:

Schram, A.M. et. al. Efficacy of Zenocutuzumab in NRG1 Fusion–Positive Cancer. N Engl J Med. 2025; 392: 566-76. doi: 10.1056/NEJMoa2405008

Via: https://oncologiabrasil.com.br/estudo-avalia-seguranca-e-eficacia-do-zenocutuzumabe-em-pacientes-com-cancer-nrg1-fusion-positivo/

O que é recidiva de câncer? Entenda por que acontece e veja os tipos

A volta do tumor após a finalização do tratamento pode ocorrer tanto no mesmo local de origem do câncer quanto em outros órgãos; entenda

recidiva do câncer acontece quando o tumor reaparece algum tempo após a finalização do tratamento da doença. Esse ressurgimento pode ocorrer tanto no mesmo local de origem quanto em outros órgãos.

Segundo a Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO), as recidivas acontecem quando “micro metástases”, ou seja, pequenas áreas tumorais, permanecem no corpo após o tratamento. Com o passar do tempo, essas células tumorais podem se multiplicar indiscriminadamente, levando ao desenvolvimento de um novo câncer.

Por isso, ao finalizar o tratamento de um câncer, é fundamental iniciar o processo chamado de “seguimento”. De acordo com o A.C. Camargo Cancer Center, essa fase inclui consultas médicas regulares mesmo com a ausência de sintomas do tumor. O objetivo é rastrear uma possível volta do câncer por meio de exames físicos e análises laboratoriais e de imagem.

Quais são os tipos de recidivas do câncer?

Existem diferentes tipos de recidivas do câncer, caracterizadas pela localização onde a doença ressurgiu. De acordo com a SBCO, são eles:

  • Recidiva local: quando o câncer volta no mesmo lugar onde houve a primeira ocorrência da doença;
  • Recidiva regional: o câncer ressurge nos linfonodos próximos ao local do primeiro câncer;
  • Recidiva metastática: quando o câncer volta em outra parte do corpo, geralmente distante de onde ocorreu pela primeira vez.

Mesmo quando ocorre o surgimento do tumor em outras partes do corpo, ele ainda é nomeado pelo local onde a doença foi detectada pela primeira vez, de acordo com a entidade.

Como prevenir a recidiva?

Segundo a SBCO, entre os principais fatores de risco para a recidiva do câncer estão a má alimentação, obesidade e o sobrepeso. Por isso, manter uma dieta equilibrada é uma das formas para prevenir a volta do câncer. Além disso, a prática de atividades físicas pode atenuar os efeitos colaterais de tratamentos como a quimioterapia e melhorar o sistema imunológico, fortalecendo-o para combater a possível volta do câncer.

Ainda de acordo com a entidade, quanto mais difícil é tratar um câncer, maior a probabilidade de ele reincidir, principalmente se ele já sofreu metástase ou se teve um crescimento acelerado.

Como tratar a recidiva?

A recidiva do câncer pode ser tratada, assim como o primeiro câncer, segundo a Mayo Clinic. O tratamento tem o objetivo de desacelerar o crescimento do tumor, além de aliviar a dor e outros sintomas. O método escolhido para o tratamento será baseado no tipo de câncer e também levará em conta como o primeiro câncer foi tratado, segundo a clínica.

Em alguns casos, as células tumorais podem ter tido resistência aos medicamentos utilizados na primeira vez e, por isso, será preciso mudar a estratégia para o tratamento.

SGO 2025: Atualizações no Tratamento de Câncer de Ovário

O estudo KEYLYNK-001 (ou GOG-3036), apresentado no SGO de 2025, investigou diferentes abordagens terapêuticas para o câncer de ovário avançado em pacientes com BRCA selvagem, que ainda não haviam recebido tratamento sistêmico. Com a inclusão de 1.367 pacientes randomizadas em três braços, o estudo comparou a quimioterapia convencional (carboplatina e paclitaxel) com a combinação de pembrolizumabe e olaparibe em manutenção. A Dra. Mariana comenta que o principal objetivo do estudo foi avaliar a sobrevida livre de progressão (PFS), tanto na população total quanto no subgrupo com alta expressão de PD-L1 (CPS ≥10).

Os resultados mostraram que a combinação de pembrolizumabe e olaparibe resultou em um aumento significativo na PFS, com um hazard ratio de 0,65, tanto na análise interina quanto na final, para as pacientes com CPS ≥10. A especialista destaca que este benefício foi mantido mesmo na análise por intenção de tratar, quando comparado à quimioterapia convencional. Por outro lado, a combinação de quimioterapia com pembrolizumabe isolado não demonstrou benefício adicional na PFS, sugerindo que a adição do olaparibe foi fundamental para o aumento da eficácia.

Embora a sobrevida global não tenha mostrado diferença significativa entre os grupos, uma análise exploratória pós-hoc revelou que pacientes com perda de heterozigosidade (LOH) baixa, que não haviam utilizado bevacizumabe, apresentaram um benefício claro ao receber a combinação de pembrolizumabe. A Dra. Mariana comenta que, para essas pacientes, observou-se um aumento tanto na PFS quanto na sobrevida global, principalmente no grupo com CPS ≥10. Esses achados geram novas hipóteses sobre o papel do pembrolizumabe na compensação da falta de bevacizumabe, embora ainda se trate de uma análise exploratória.

Em relação à segurança, os perfis de segurança dos tratamentos utilizados estavam dentro das expectativas, com resultados já conhecidos para o pembrolizumabe e o olaparibe. A especialista finaliza ressaltando que o estudo reforça a importância da análise de biomarcadores, como PD-L1 e LOH, para a personalização do tratamento do câncer de ovário avançado. A combinação de pembrolizumabe e olaparibe se mostrou promissora, particularmente para pacientes com CPS ≥10 e LOH baixa, representando uma nova estratégia terapêutica que pode ser relevante na prática clínica.

Via: https://oncologiabrasil.com.br/sgo-2025-atualizacoes-no-tratamento-de-cancer-de-ovario/

Doença de Paget: o que é, riscos e tratamentos

Condição rara da mama, a Doença de Paget não é um tipo de câncer, mas pode estar ligada a quadros de câncer. Entenda abaixo o que é essa doença, qual é a diferença entre a manifestação dela e a do câncer de mama, entre outras informações importantes para reconhecê-la.

Doença de Paget é câncer de mama?

Não tão conhecida por pacientes, a Doença de Paget é uma condição bastante rara. Em 95% das manifestações, ela está ligada a um quadro de câncer de mama, mas a condição em si não é a mesma que o câncer. Essa doença é uma manifestação cutânea do câncer de mama – ou seja: uma doença provocada pelo câncer, levando a um quadro que se apresenta na pele.

Apesar de surgir na pele, porém, a Doença de Paget não é um câncer de pele. Além disso, ela não tem origem nas células da mama, como acontece com o câncer, mas sim nas células do próprio câncer que invadem o tecido epitelial de dentro para fora. Em geral, a Doença de Paget está ligada ao carcinoma ductal invasivo ou ao carcinoma ductal in situ.

 As chances de tratamento e cura dessa doença têm relação com o tipo de câncer do qual a condição se originou. Isso significa também que, assim como boa parte dos casos de câncer de mama, o prognóstico é melhor quando há diagnóstico precoce. A descoberta em estágio inicial eleva as chances de cura para acima de 90%.

O maior risco desta condição é a formação de metástases. Ela pode invadir outros órgãos ou partes do corpo a ponto de se tornar de difícil tratamento. Além disso, a ocorrência desse quadro raro pode ocasionar deformidade mamária e recidiva local após tratamento.

Sintomas de Doença de Paget

Os sinais iniciais desta doença acontecem na pele da aréola e do mamilo. Isso porque ela não se origina de células mamárias como o câncer de mama em si, mas sim das células cancerígenas. Isso tudo faz com que a condição seja facilmente confundida com outros problemas de pele, como dermatite.

Em casos de Doença de Paget, os principais sintomas são: 

  • Coceira intensa na região do mamilo;
  • Queimação na pele;
  • Alterações de cor e textura (vermelhidão e aparência de eczema, por exemplo);
  • Formação de feridas que não cicatrizam;
  • Alterações no formato do mamilo;
  • Sangramento (em casos mais avançados).

Tratamento para Doença de Paget

  • O tratamento da Doença de Paget leva em consideração especialmente o tipo de câncer subjacente à condição. Além disso, o estado clínico geral da paciente e a extensão da condição também são levados em conta. Em geral, porém, o manejo da doença tende a incluir uma ou mais das seguintes opções: 

    • Mastectomia ou cirurgia conservadora (ou seja: remoção da mama por completo ou lumpectomia);
    • Quimioterapia (menos comum);
    • Terapia hormonal (menos comum);
    • Radioterapia.

    É preciso frisar que, assim como o tratamento do câncer de mama “convencional”, o tratamento dessa condição é algo individualizado. É responsabilidade do oncologista, também conhecido como “médico de câncer”, realizar as análises necessárias por meio de exames de imagem e escolher a melhor abordagem terapêutica.

    Se você apresenta sintomas como os citados ou busca um médico oncologista de câncer de mama para te acompanhar nessa jornada com a doença, entre em contato! 

    O câncer de mama tem cura quando bem avaliado e tratado.

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Mais sobre a Doença de Paget e o câncer de mama

Como começa a Doença de Paget na mama?

As primeiras manifestações da Doença de Paget se resumem a alterações na pele da aréola e do mamilo. É possível haver, por exemplo, vermelhidão, formação de feridas que não cicatrizam, coceira, entre outros sintomas resumidos à pele da mama.

Qual a diferença entre mastologista e oncologista?

A Doença de Paget não é um câncer, mas na maior parte dos casos, se origina de um. O nome “carcinoma”, nesse caso, é utilizado de forma a apontar a aparência que a lesão de pele causada pela Doença de Paget tem. Essa lesão é carcinomatosa – ou seja, se parece com uma manifestação de câncer.

Em resumo, a Doença de Paget é uma manifestação de um câncer subjacente. Ela não se origina em células da pele nem em células da mama, mas sim em células cancerígenas de forma a afetar a superfície da mama. De forma geral, essa condição está relacionada a quadros de carcinoma ductal invasivo ou carcinoma ductal in situ.

Como fica o mamilo de quem tem câncer?

O câncer de mama é uma doença que pode causar alterações na aparência do seio em geral. Algumas delas envolvem o mamilo, e podem incluir:

  • Alteração no formato do mamilo;
  • Formação de feridas que não cicatrizam;
  • Vermelhidão e coceira;
  • Secreção mamilar;
  • Inversão do mamilo.

Qual exame detecta Doença de Paget?

O primeiro passo do diagnóstico dessa condição é o exame clínico. A partir da observação de um especialista em câncer de mama, é possível levantar a hipótese. Posteriormente, pode ser indicado realizar uma biópsia da pele. Isso serve para buscar células cancerígenas na lesão do mamilo.

Outros exames que podem fazer parte do diagnóstico – especialmente para descobrir se existe um câncer de mama subjacente – são:

  • Mamografia;
  • Ressonância magnética;
  • Ultrassonografia mamária.
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