Medicina de precisão
Quando considerar a medicina de precisão?
Saiba o que é e como ela pode ajudar contra o câncer
As ferramentas de prevenção e os tratamentos contra o câncer são atualizados de forma constante. Atualmente, por exemplo, há formas de identificar melhor a predisposição do organismo a certas doenças e tratá-las de personalizada, reduzindo inclusive possíveis efeitos colaterais. É o que faz a medicina de precisão – que tem um papel importante quando o assunto é câncer.
Saiba o que é medicina de precisão, como ela pode ajudar os pacientes oncológicos e quando é recomendado procurá-la.
O que é a medicina de precisão?
De forma geral, doenças têm uma série de protocolos conhecidos de tratamento. Além disso, algumas delas podem ser prevenidas com adoção de certos hábitos ou acompanhamento e rastreio prévios. Mas, afinal, como saber quando começar a fazer exames de rotina para certas doenças? E o que fazer quando o tratamento padrão não é adequado para ou não está funcionando em um caso específico? Essas são algumas situações que exemplificam a aplicabilidade da medicina de precisão.
A medicina de precisão é uma área da medicina especializada em adequar a prevenção e o tratamento de doenças às características específicas de diferentes situações. No caso do câncer, por exemplo, a medicina de precisão pode ajudar a descobrir a predisposição de um indivíduo a um tipo da doença, permitindo assim adotar estratégias preventivas. Além disso, ela também permite que tratamentos sejam mais direcionados, com menos efeitos colaterais e maior eficácia.
Objetivos e benefícios da medicina de precisão
O objetivo da medicina de precisão é desenvolver um plano de cuidados especialmente adaptado às necessidades de um quadro de saúde específico. Ela identifica características particulares de uma doença e auxilia na tomada de decisão individualizada para aquele contexto. Desta forma, a ideia é prevenir, rastrear, diagnosticar e tratar doenças com maior personalização.
No caso do câncer, a doença se origina a partir de alterações genéticas. Ele ocorre quando células anormais – ou seja, que não funcionam conforme o esperado – se multiplicam de maneira descontrolada, independentemente de estímulo. Sendo assim, a presença de mutações em genes no perfil genético de um organismo pode indicar chances maiores de desenvolver um tipo de câncer. Ciente disso, o paciente pode alterar o próprio estilo de vida ou até iniciar acompanhamento médico para realização de exames de rastreio (ou cirurgias redutoras de risco).
A medicina de precisão pode, ainda, evitar o uso de tratamentos que são considerados o padrão, mas que para o tipo específico de alteração molecular não obteria a resposta esperada.
• Promover o diagnóstico precoce do câncer (por exemplo, com avaliação de DNA tumoral circulante ou com medidas de rastreio para pessoas com maior chance de desenvolver a doença);
• Aumentar as chances de remissão do câncer (tal como com a análise de biomarcadores preditivos e uso de terapias-alvo).
• Permitir tratamentos mais curtos em alguns casos (o que acontece com o estudo de doença residual mínima);
• Garantir mais conforto durante o tratamento (examinando as características moleculares que sugiram melhor prognóstico e, portanto, menor necessidade de intervenção).
Quando considerá-la?
Por se tratar de um assunto que permeia diversas especialidades médicas, a medicina de precisão deve ser considerada como parte do tratamento de todo paciente.
Especialmente considerar consultar um especialista, dentre outras situações, quando:
• For conhecido histórico de câncer (ou mutação genética conhecida) familiar ou pessoal;
• Houver doença metastática refratária a múltiplas linhas de tratamento;
• Oferecer cuidado a pacientes que não possam receber, por comorbidades impeditivas, o tratamento padrão-ouro.
Além disso, é importante frisar que, assim como tudo o que tem relação com o câncer, a medicina de precisão segue se aprimorando. É um campo da medicina com crescente corpo de dados e, portanto, caso haja interesse em aplicar a medicina de precisão ao cuidado do paciente oncológico, busque um profissional especialista.